Uma história de Natal ou quase Natal…..no Musseque Marçal (S8 49.445 E13 15.251)
Era um dia como os outros, de trabalho muito trabalho, doloroso e algumas vezes quase esgotante. Todos tínhamos que trabalhar no duro e o jantar à vez, resumia-se a um prato de bacalhau cozido com batatas, regado com muito azeite.
Sapatinho no fogão ou brinquedos, nada disso existia, não havia tempo, não havia espírito, não havia Natal.
A vida era dura, muito dura, a velha Casa de Pastos Gonçalves, nunca fechava, ou quase que nunca fechava. Abria todos os dias do ano. Começava bem cedo pelas 6:00 horas da manhã e encerrava depois da meia-noite, todos os dias, mesmo no Natal.
Na velha e grande cozinha, onde os fogões à lenha, cozinhavam aba com massa ou arroz com faneca frita. Só uma vez teve direito a uma meia pendurada na chaminé, mas Ele o menino Jesus, não gostava dos trópicos e nunca desceu aquela velha chaminé, junto ao grande tamarineiro.
Ano após ano, naquele dia 25 de Dezembro, foi dia que nunca foi Dia de Natal, para mim e para muitos outro, era mais um dia, que por sinal era o dia mais trabalho de todo o ano e foi assim até eu ser grande…
Ainda hoje, o dia “quase” que passa indiferente, mais um dia que ainda não é de Natal. Ma,s penso lá chegar com a ajuda da Rosa Maria, do Nuno, do Rui, da Ana, da Catarina e sobretudo da Ana Carolina, quem sabe…ela me leve a ter um Natal…..a Norte do Equador