Boas.
Era uma vez um Turbo versus Smara, não é mais que uma aventura que pôs a prova o espírito de camaradagem, de resistência do grupo e desenrasca dos Tugas.
Smara, era um dos pontos a visitar e como o tempo já era escasso, nada melhor que fazer uma parte do percurso em asfalto aproveitando as pistas do Gandini para chegar a Smara. O calor era insuportável, mais de 53 graus, o andamento dos 4×4, era constante mas esforçado com uma média elevada. A cerca de 20 kms de Smara, o Turbo do SAvimbi, dá o estoiro e entra em aceleração e em auto-ignição, com imenso fumo branco, sinal que o Turbo tinha dado a alma ao criador. A calma dos expedicionários foi importante e nada melhor que levar o SAvimbi para Smara, para seguir depois para Laayoune, mas o 1º controlo policial deitou a nossa ideia por terra. A Polícia chamou um reboque, um antigo Land Rover, que não podia com ele, quanto mais com o SAvimbi ao colo. O reboque dá o berro e não pega. Foi preciso ligar uns cabos de bateria e rebocar o SAvimbi para Smara, onde mecânicos quase nunca tinham visto um turbo com as goelas abertas e as alhetas desfeitas, tiveram o bom senso de por gestos dizer que só em Laayoune.
A ideia foi retirar o mais rápido possível o SAvimbi de Smara até ao limite exterior da cidade e depois reboca-lo por mais 230 kms até Tan Tan Plage. Coube ao leonel Sousa a missão de rebocar o SAvimbi até ao Parque de Campismo que servia de nossa base a nossa Expedição nessa zona. Foi uma autêntica prova de sincronização entre a velocidade, travagem e gestão via CB das indicações precisas do Leonel, com a velocidade de reboque a ser superior a 60 Km/hora, chegando bem a Tan Tan Plage, nesta altura já com o apoio da Polícia Marroquina que não criou problemas pelo reboque directo com cinta
Quanto chegamos a Tan Tan Plage, já lá estava o mecânico, que deu logo ideia de ser um autêntico profissisonal, pelo modo como abordou o Turbo e isso deu uma grande confiança ao grupo. Acertou-se preço e estratégia e aguardar pela segunda-feira.
Segunda-feira logo de manhã bem cedo tivemos o 1º contra tempo, o turbo não tinha reparação o que já esperavamos pois estava em muito mau estado e danificado, avançando para compra de um turbo novo completo, o único que existia em Marrocos para o Td5 e por volta das 17:00, horas, já tinhamos um Turbo novo completo, com colector e por volta das 18:00 Horas o SAvimbi estava pronto para regressar a casa, com alma nova.
A equipa de mecânicos foi profissional quante baste, boa ferramenta, boa técnica de trabalho e sobretudo conhecimento do que estavam a fazer. Estamos muito gratos a essa equipa e ao pessoal do Camping Restaurant de 2 Chemaux de Tan Tan Plage ou El Ouatia.
Ao pessoal da Expedição o SAvimbi reconhece a sua união face a situação e manteve-se firme.
Obrigado a todos.
Mais uma grande aventura, com final feliz.
Comentários
7 comentários a “ERA UMA VEZ UM TURBO VERSUS SMARA”
Ora viva, sejam bem aparecidos.
Nós por cá também temos tido “pequenos problemas mecânicos”: o rating da república também entregou a alma ao criador, os mecânicos esperam remediar a situação usando parte do nosso 13.º mês… mas não sei se vai haver final feliz porque os abutres pairam em círculos.
Quando puderem, façam “inveja” aos amigos que por cá ficaram e contem “tudinho”…
AbraTTo
Uma expedição a Marrocos é sempre sinal de peripécias, alegrias e tensão, quando se sai do habitual circuito turístico tudo se intensifica mais. Os intervenientes já estão «calejados» nestas andanças e certamente vão acrescentar mais histórias ao já grande memorial de aventuras.
Bem-vindos de volta amigos.
RR
Que historia deliciosa… 🙂 Mas fico sempre a pensar no esfregar de mãos que um mecânico faz numa circunstância dessas. Ou não será bem assim?
Boas.
Só acontece a quem anda nestas coisas, em percursos duros. Quanto aos mecânicos cobraram muito menos que em Portugal, mesmo fazendo mais de 700 Kms para ir buscar o turbo.
Inté
Fico bastante contente que tudo tenha corrido como planeado. As avarias fazem parte e também os arranjos ou “desenrrascansos”. O importante é que o Savimbe esteja pronto para outra, assim como os ocupantes. Obrigado pela partilha e parafraseando o RR “Bem vindo de volta amigos”.
Luis Fonseca
Olá Parola, bem vindo a casa!Agora estás cá ao pé dos mecânicos teus amigos e da tua malta amiga e isto já é uma grande alegria para todos nós.Os meus conselhos não custam dinheiro e não queria deixar passar isto sem meter o bico, talvez a malta amiga já te mencionou isto:1) turbo kaputt c/desintegração implica fragmentação das alhetas nos 2 lados da turbina os destroços são aspirados pela admissão e os fragmentos das alhetas do escape são expelidas pelo escape. Os restos que são aspirados pelo motor causam sequelas nas valvulas, pistões e injectores, haveria toda a conveniência em verificares se está tudo Ok. 2) a Wurtz não terá por acaso um liquido enriquecido de aglutinantes de moléculas para impedir as tão vistosas explosões do turbo? poderia ser adicionado aos óleos sint. de qualidade e funcionaria de forma muito semelhante á do óleo de argan que consegue manter em funcinamento os 437 land rovers 88 ainda em serviço nos reboques em MARROCOS. 3)Não houve possibilidade de fazer um bypass técnico berbere(em que se anula o turbo,altera o colector com tubo directo para admissão e escape)fica com mais fumo que um GR mal afinado ,ficas com a potencia reduzida(a mesma do 88 de 1982)mas mantens o “look”, o Amandio dos bj40 teria tentado isso ás escuras e no meio do deserto. 4)não ignores a lei de murphy e assume que o que é reparado em marrocos só fica pronto e bem quando a reparação é acabada cá. 5) Explica por favor se o mesmo problema que afectou o SAVIMBI também causou custos idênticos no carro do JOÃO CARLOS (MOTOR VM C/INTERCOOLER, em que o i/cooler só lá está para arrefecer os pés do navegador) a temperatura era a mesma ,a velocidade idêntica? 6)Não notaste perdas de oleo por debaixo do turbo? (eu sei que agora os novos óleos ecologicos ao cairem no chão, de imediato, são as gotas absorvidas pela natureza de forma a reforçar a aglutinação sintética dos grãos de areia e assim ficam mais dificeis de encontrar). A Wurth tem bonés de tecido especial, para deixares debaixo do carter, ao recolher as gotas de óleo, identifica o tipo de óleo, donde veio e envia dois SMS,ao dono do jipe para avisar que o almoço vai ser demorado e ao mecânico com a referência das peças e coordenadas GPS. Se conseguires notar perdas de oleo no turbo o aviso pode estar ligado a uma reparação de 240 euros em vez do que pagaste.Por agora é tudo, diz no entanto se precisas de alguma ajuda (cotisação extraordinária dos socios para servir de apoio aos custos da reparação) ou mesmo a nível pessoal, se precisares de ajuda diz, porque em termos de amizade não posso esquecer a tua sempre disponibilidade (e do JOÃO CARLOS)para ajudar em resolver problemas complexos mas para os quais tens sempre a solução ou sabes quem tem a solução, e tudo isto sempre por amor á camisola. obrigado! vasco fidalgo.
excelente !! assim vale a pena ir !!! Com Leonel, JCardoso e Parola é Satisfação Garantida 🙂