Boas.
No verão de 1983, já lá vão uns 25 anos, um grupo de Motards em que eu me incluía, teimou em dar umas voltas de mota de “enduro” pelo país fora e como tal, acordaram depositar no Banco Fonsecas & Burnay todos os meses 5 000$00, para depois no verão seguinte partir como uns lordes a enrolar a espia do acelerador.
As motas eram desde Yamaha DT 125 a 350, Casal 125, lembram-se delas e Suzukis 125, umas máquinas loucas.
A nossa primeira viagem foi para a zona de Miranda do Douro, queriam conhecer o Douro Internacional, o Parque de Montesinho e toda a zona raiana. Como havia guito o pessoal só abancava em Pousadas, e como tal optamos pela de Miranda do Douro e de Bragança.
Naquele tempo o equipamento era calças de ganga, blusão tipo “Bombeiro” e umas botas alentejanas ou então de borracha. O que interessava mesmo era curtir.
Saímos muito cedo em direcção a Pinhel e depois em Miranda do Douro onde chegamos já de noite, porque pelo meio havia umas bejecas, uns banhos em pelota nas ribeiras ou rios, nada de pressas, porque o que interessava era apreciar a paisagem, e sobretudo comer bem e do melhor. Em Miranda do Douro era tanta a etiqueta na Pousada que os empregados estavam desconfiados do pessoal.
Ainda me lembro de levar na minha Yamaha DT 350 uma carta militar a escala 1:50000 e fazer navegação em andamento no Parque de Montesinho, nomeadamente da Aldeia de França a Rio de Onõr, era a loucura total com a espia toda enrolada. Aqueles banhos nas ribeiras geladas de Montesinho eram o “must”, com o pessoal descontraído.
Nas rectas entre Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo, era o pessoal deitado nos bancos das motas, prego a fundo em corridas malucas ou em números de circo fabulosos com um pé no assento da mota, as mãos no volante e o outro no ar, coisas de doidos, não é.
Em Miranda do Douro nessa altura adorei ver os burros de raça mirandesa que até hoje nunca esqueci a graciosidade da raça e da beleza do animal, uma raça que uma Associação a uns anos protege e cuida em Miranda do Douro.
Esta foi a 1.ª viagem de muitas que fizemos pelo país fora de norte a sul.
O grupo tinha um nome “Grupo de Todo Terreno Moto Verdes”, vá-se lá saber porquê?
Mas que era giro era.
Ainda hoje o pessoal se encontra e quando fizemos 20 anos houve uma boa jantarada.
Fiquem bem
Parola
Luís Martins
Torres
Tó Mané
Mico
Fazendeiro
Artur Fotográfo
Inté.
Fiquem bem
O Topé que ainda não era nascido nessa data está a digitalizar o Road-book que pode ser obtido clicando na imagem superior da capa do road book.