Argélia – Dicas Para a Sua Expedição

Olá.
este pequeno resumo de dicas, ainda foi elaborado em andamento por Parola Gonçalves e João Carlos Cardoso, já no regresso a casa.
Há muita coisa ainda para escrever e acrescentar, sendo que o iremos fazer com mais calma e ponderação.
a Argélia é um País fabuloso para quem gosta de grande paisagens, de aventuras de viver estados de alma. Mas também é exigente e nem todos estarão a altura do frenesim da viagem de ida e retorno de Djanet. A longa viagem para Djanet, obriga a um esforço enorme, pois, vamos sempre com escolta militar, onde paramos para comer ou acampar nos sítios mais invulgares e inapropriados. Mas também é uma faceta que estranhamos no início, adaptamos ao fim do 2º dia e entranhamos na 2ª noite. Livres, mesmo só nas 7 noites com o nosso Guia na zona de deserto pura. O que de início seria muito incomodativo, passa a ser uma banalidade bem-vinda, pois a segurança para os Argelinos está acima de tudo. Mas s+o entendemos isso quando de Ghardaia para sul, vamos vendo a esquerda e a direita a riqueza do País.
Para ir a Argélia, não é só preciso vontade ou ter algum dinheiro disponível, é também preciso arranjar uma equipa constituída por 6 a 8 4×4, fiáveis e sobretudo um ou dos responsáveis para fazer todos os contactos com a agência ou agências, para a obtenção do visto e para garantir a travessia no ferrie. Poderemos ter certezas ou não na ida, mas na volta, tudo pode acontecer, mau tempo no canal, uma avaria e outra contrariedade.
Tanto a Polícia, como a Gendarmérie e como os Militares, são muito simpáticos e afáveis. Não tivemos qualquer problema, para além de os termos sempre na sombra, exceptuando no deserto.

O que não deve trazer e fazer:
• Drones, rádios CB ou VHF ou UHF;
• Álcool em excessos e consumi-lo à frente da população ou das autoridades, por uma questão de respeito;
• Comida em excesso (apenas um pacote mínimo de emergência para vários dias), pois por lá há de tudo e é bom ajudar o comércio local;
• Trocar ou aceitar abertamente câmbios na rua, mediante oferta mais vantajosa, pois pode trazer problemas;
• Tirar fotografias às autoridades, edifícios públicos e tudo que é militar;

O que deve trazer e fazer:
• Contratar e definir o percurso de viagem com uma agência local de viagens, aprovada pelo Ministério de Turismo;
• Combinar que o guia da agência contratada o deverá acompanhar desde a entrada à saída, na fronteira, de modo a ajudá-lo nas formalidades necessárias;
• Obter os vistos com a devida antecedência, mediante carta de recomendação da agência, (esta obrigatória);
• Trocar dinheiro através do guia, nos hotéis ou em locais autorizados;
• Prever o transporte em cada viatura de 3 jerricans de combustível (20 litros cada) e 2 jerricans de água (20 litros cada), para a zona do deserto, cerca de  800 a 900 kms sem reabastecimento;
• Manter um jerrican de combustível sempre cheio, mesmo em percursos de ligação e em asfalto, é fundamental, pois poderá encontrar alguma área de abastecimento fechada e ou sem combustível; 
• Telemóvel desbloqueado;
• Adquirir cartão de comunicações e recargas de operador local (atualmente o operador MOBILIS é aquele que apresenta maior cobertura no Sul)
• Pedir para configurar a utilização de dados e de chamadas internacionais, na loja do operador;
• 2 pneus e respectivas jantes;
• Tacos para reparação de furos e um bom compressor;
• Filtros de ar, lubrificantes e líquido de refrigeração;
• Peças de substituição, como um amortecedor dianteiro e um amortecedor traseiro, retentores, rolamentos, bomba de água. Caso a viatura seja da marca Toyota, não é necessário dispensar tanto cuidado neste tópico, pois todas as cidades (mesmo as mais pequenas) dispõem de lojas de peças daquela marca;
• Reservar o ferry depois de obter o visto e chegar ao porto de embarque com antecedência para levantar os bilhetes. Pode também fazê-lo antecipadamente através de agências como a OpenTravel24.

O deslumbrante:
• Os percursos no Tadrart, em especial Tim Merzouga, as gravuras rupestres do parque, o Erg Admer e Tikobawen;
• A simpatia, o profissionalismo das forças de segurança (Gendarmerie, Polícia e Exército);
• A gentileza e honestidade das populações locais;
• A exploração de gás e petróleo em pleno deserto;

O menos bom:
• O longo trajeto de ligação, sempre com escolta policial e com paragens para dormir nos locais mais imprevisíveis
• O excesso de controlo policial que, se bem que compreensível, não permite um contacto mais descontraído com as populações e uma movimentação à vontade pelas localidades

O excepcional:
• O preço do combustível, entre 10 a 12 cêntimos de acordo com o câmbio;
• O colorido dos mercados;
• Tim Merzouga, a descida de Moula M’Aga, as cores das dunas do Erg Admer, o labirinto de pedra e areia de Tikobawen;
• O méchoui cozinhado pelos guias na areia e por entre os vales de Essendilene no último acampamento da viagem;

O fundamental
• Uma agência de viagens credível;
• Vistos;
• Veículos com revisão adequada, não facilitar;
• Um grupo de 6 a 8 veículos;
• Um mínimo de 6/7 dias no deserto e oásis junto a Ilizzi.

Para breve uma actualização.