VIAGEM EM PÃO DE FORMA

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Boas.

Para aí em 1972 que eu me lembre andava no 2.º ano de Engenharia, quando um dia recebemos um honroso convite para visitarmos a Diamang, seja a Companhia de Diamantes de Angola, na altura um Estado dentro de uma Província.

E porquê do convite? Porque os alunos do 2.º ano podiam mudar de Curso e em vez de optarem por Civil, nada melhor que os cativar para ir para Minas.

No dia combinado na apareceu um Pão de Forma quase novo da Auto Viação do Dande, uma Empresa que ficava entre do Bairro Zambizanga e o Bairro do Marçal, na Estrada da Cuca como era então chamada.

Pão de Forma, é Wolskwagem que ainda hoje circulam por aí com umas pranchas de surf.

No Pão de Forma iamos, eu, Bento Maia, Rolo, Pimentel, Horácio, Mão de Vaca e o motorista. Saímos bem cedo, com o Pão de Forma carregado para uma longa viagem de quase 1000 Kms à longíngua Lunda. Passamos por Catete, Dondo, Salazar ou N´Dalantando, onde havia uma corridas de Motas de 250 e 500 CC, onde as Yamahas e as Hondas eram já Rainhas em dois e em quatro tempos.

Em Malange ficamos a 1.ª noite, uma cidade desenhada a régua e esquadro, com arruamentos largos, com um excelente Rádio Clube e uma Estação de Comboios enorme na Rua Principal, que só era suplantada pelos Armazéns Planalto, onde se vendia tudo, desde o botão ao camião, era incrível mas era mesmo assim.

No dia seguinte lá partimos para Henrique de Carvalho, capital da Lunda e dos Diamantes. Quase a noite chegamos a Área Estratégica de Gestão do Complexo Mineiro. Foram bem recebidos e fizeram questão de nos impressionar com “aqui não falta nada”, desde bons Hospitais, Lojas, Residências e carros muitos carros VW Carochas todos brancos.

Depois de uma longa visita a zona mineira e aos complexos de recuperação de viaturas e máquinas, partimos de noite para Portugália, uma pequena “cidade” com Aeroporto mesmo em cima da fronteira com o Zaire.

Tudo o que vimos, era “enorme de grande” desde a maquinaria pesada, as minas de diamantes em céu aberto, as minas de aluvião com desvio de enormes rios para recolher o cascalho para os complexos de lavagem, o Parque de Viaturas e as condições dadas aos funcionários, mas ao que se saiba, ninguém rumo à Diamang.

O regresso foi penoso com a ida, já que o pequeno motor de Pão de Forma com 1600 CC, debitava decibéis e de quando em quando aquecia quando as subidas ou as picadas eram mais difíceis.

Oportunamente segue o 2.º Capítulo “Roleta nas Minas”, que não tem nada a ver com jogo pessoal, mas com segurança nas Minas.

saurimo

Inté.


Comentários

2 comentários a “VIAGEM EM PÃO DE FORMA”

  1. Epá, tu encantas-nos com estas histórias e aventuras.

    Que fixe!

    1. Boas.
      Só tento pôr cá fora algumas das aventuras fixes por que passei e partilhar convosco.
      Curtam a vida bués, porque têm tempo de descansar quando foram velhos.
      Inté.